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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Poesia Novembro

Eu sempre me machuco... (24-11-09) Livre

Deste mesmo lugar
De tantas lembranças
Do tempo que não mais soia
Que a mais de década
Prometi deixar

A cada objeto que me vem à mente
A cada lugar por onde sei que passastes
A cada frase que um dia
Proferistes aos meus ouvidos
Para meu bem ou o mal inexistente
Que a garganta falseia nos dias de agora
O perdão que quero pedir
E que sei já ouvistes
Não nesta vida maltrapilha
Lá na nossa real origem
O grande mistério...
Diz que ouviu ó pai,
Pois ao pensar que não
Eu me machuco

Todas as suplicas agora
São mais reais que dantes
Todavia não gracejo teu olhar
Tua reação por pior que fosse
Aqui tudo é teu jeito, teu cheiro
Ou acolá tanto faz
Onde quer que eu vá
Mais que um aviso
É o caminho de toda uma vida
Mais que um pedido
É uma razão de ser

O meu ser parece mais uma ilha
Isolado, resoluto
Envolto por um mar de incertezas
E lagrimas que não findam
De nostalgia, imensa saudade de ti

Ó meu velho, me dê um único sorriso...
O derradeiro que seja
Conforta-me hoje pois sei
Que para a eternidade
Eu sempre me machuco...
Por querer viver o que já passou
Por achar que a vida não é finita
Mas de fato o é!
Meu coração é tolo
Sabe mas não reconhece
Sente e debulha
Padece e persiste
Sofre e não sorri...

Não quero mais falar
Pois essa tristeza me trespassa
Só fica a gana de tentar seguir
E a certeza de que
Por infortúnio
Sempre me machuco...

Leonardo Adam Poth, em S. J. Rio Claro, MT