ALL ARE WELCOME!

Here metaphysical genres of poetry, romantic, modern poetry and especially Gaucho (Gaucho). We have themes in Spanish and French. I'll love you forever My dear ... 3 years missed (in july) ... I left the Rio Grande in the last 10 january, but remains in my memory ..

sábado, 11 de dezembro de 2010

Dezembro... derradeiro...

Pequena Homenagem ao Araguaia (11-12-10)

Não me admiraria um dia rever o clamor prateado do sol lançado às bordas do Araguaia. Rever-lo-ia como um beijo de face sobre a memória do viajante que a tanto se adianta por essas terras distantes. Quão belo sois pai na luz da graça do infinito quando nos presenteia com o galanteio febril de tempos e o deslumbre fértil da fauna doce que ali brota. Quão revigorante é o dia nascido na aurora ribeirinha, nesse divisor de mundos trigueiro, nosso imenso Mato Grosso tão pertinho de Goiás e Tocantins. E que adjetivo funcional vos destes. O Araguaia é o símbolo da união desses povos, dos vales mais profundamente esquecidos nos rincões de meu Deus. O que dizer dos bravos guerreiros que absorveram a mística desse lugar santo ao longo de sua extensa margem, emigrantes na busca da terra outrora sonhada.
É de pujança e de valor que vive essa gente. Longe dos olhos da capital Cuiabá, reverenciamos o mais belo dos espetáculos naturais deste estado. Bravo Araguaia! Só tu tens esse poder. Ilumina nossos olhos e adianta teu caminho...

Leonardo A. Poth, em São Félix do Araguaia

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Poesias Novembro


((28-08-2010, Imbé-RS))

Mais um dia (12-11-10)

Mamma, Mia!
Mais um dia
Com este sol
Que irradia
Vamos logo a
Estripulia
Que preguiça
Tão vadia
Neste rol
De melacolia
Faz a vida doentia
Nefasta
De mão vazia...

Sigo agora
A padaria
Um pão doce
Eu comeria
Sob o sol
Latente e belo
Ou sobre a lua espero
Desfrutar do firmamento
E esquecer esse tormento

A nuvem se forma
Cheia
E na luta quem peleia
Nas pernas
Sebo maneia
E na sombra
Da pereira
Deleitar úmido fruto
Que derruba e segue
Bruto
Parte ao meio
Afasta o luto

Viste a água
Não chegou
Mas meu peito
Molhou
Do suor
A cabeça debruçou
Pois a fria
Terra pia
Foi-se embora
E desdenhou...


Esperança (08-11-10)

Ela me fez abrir os olhos
Quando o crepúsculo era certo
Dentre querubins dourados
O passo alaranjado estava perto...

Como criança os sinos do céu
Vou ouvir em franco sorriso
E do meu jeito ater-me ao léu
N´um beijo adocicado no caminho

Eu sou o ganso calmo na lagoa
Que desnuda em valsa ébria
O plácido olhar que perdoa
A malta que aflige a pátria

E nessa água fria, penas impermeáveis
Não adentram sequer esperanças
Do calor maternal de temperança
E dias sombrios insuperáveis

Fez-me rir por muitos anos
Nos grãos um a um pelo chão
E a pseudo evasiva dos planos
Me dá um minuto solidão

Pois aquele patinho pequeno
Que desliza manso chafariz
Hoje é vão, é brinquedo
Daquele que pode ser ainda
Meu último dia feliz...

Mas as cuias e verdes ficaram
Solitos, sinceros, em ventos perdidos
Entre lábios prateados assolaram
Aqueles que restaram, malditos feridos
Que gozam frios em patentes
Perdidos, caídos, dementes...

Que lindo pano vermelho
Com escusas pelo que fez um dia
Pois na sombra do horizonte
Já me sinto tão distante
Da velhice que o fez frágil
Do rubor que o fez pleno
Do remorso que me fez tardio...

L.A.P, Comodoro

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Poesia Outubro

Tua ausência (13-10-10)

Partiste sorrateiramente
A pedido do senhor nosso Deus
E desde então a cada dia
Acordo na sua ausência

Ausência essa tola
Pois tenho o coração repleto
E talvez seja isso que tanto
Me sufoca

Esse sentimento vil
Que nada arrepende
Já que a que me basta
Um único olhar se temos
A eternidade?

É essa ausência dolorosa
Que cicatriza o medo
De amar
Sem tuas palavras aqui ecoando

Que o tempo seja justo
Comigo
E abrande a tua ausência
Que teima

Vamos falar sério
Por que essa dor me assola?
Essa ausência que rebate a prêmio
Não pode ser perene

Este é o fatídico fardo
Daqueles que entregam
A vida por um amor
Uma referencia, um ideal...

Isso me consome
Na imagem, no fervor
No calor da madrugada
Onde o sonho se adianta

Onde o exílio do descanso
É obscuridade
Onde os destemperos do ser
Se esquivam e se vão


AB

sábado, 4 de setembro de 2010

Poesias e Crônicas Setembro

Frío (21-09-10)

La paz de las almas sólo puede avanzar
Cuando las flores cubiertas de rocío
Eva de los vinos espumosos perforar
El proyecto limitado de mis odas

Este movimiento brusco
Inspirado, única y sana
Renuente monjes y peregrinos
Primavera voy a subir

Sólo para refrescar
D'alma
Tranquilo, lejos de adulterio
Y tal vez de las creencias

El tamborileo de las velas de pasajeros
Lejos en las salidas y despedidas
En viejo velero llorosos
Mástiles o alcobas lamentable ...

Delírios (16-09-10)
Se o tempo voltasse, diria que ele mesmo, o passado, é feito de incertezas. Obscuridades que teimamos ofuscar em nossos cotidianos. Diria que me coração é portador de várias seitas, sectarismos, distinções... Alojador de escadarias sublimes, catedrais voluptuosas pintadas de rubro, como as faces das glórias que ali brotaram.
Ah, que majestoso seria se o olhar da república fosse de encontro aos sedentos empirismos sucessórios que conclamam o retorno de Cristo... Se as veias saltitantes do povo não convergissem ao mesmo ideal, não contemplasse o mesmo ouro. Como seria faceiro ou o é, trilhar as dunas no calor sazonal do inverno nos mares do sul, procurando a brisa orvalhada da noite tão tênue, o tilintar da vida marinha que ecoa e o nascer do astro que não tarda, como firme propósito de um único dia...
O que seria da vida sem esperança de amar, sem um sorriso em resposta? Se mesmo que ao longe o sofrimento contrastante nos braços de Deus fossem menos ardentes, perdidos, infames. São momentos, delírios da prosa e do verso, que nos conduzem a materialização de um sonho real. Todavia, nem todos são assim, A erva campeira é consolo de grandes e pequenos, do ódio e da verdade, do álcool e da água cristalina.
Minhas vestes são alvas porque o sisudo da vida me basta a despertar. Meus calçados são negros, pois o contraste me agrada e complementa, só que deles não preciso ao seio da grama molhada das orvalhadas da noite que me põem a chorar...
São marcas desse ideal tristonho, que vê beleza no anacronismo e no pó, que vê ternura na mãe servil e cortesã, que vê flores no martírio de incongruências, que mira mérito no estático féretro. Somos detentores do tesouro do amanhã e nele regarei as lágrimas da plebe e o coração só assim despertará... Direi então que me coração é de sangue, tão somente dele, e que nada mais me resta, tampouco delirar...
Spz.

A morte vence (06-09-10)

Não importa o quanto procuramos
No mar das incertezas triviais
Sempre nos certificamos
Que vida e amores, ambos são mortais

Mortais de viva fronte
Que nos passos de velas ardentes
São atores aos montes
Acesos, trêmulos, videntes...

Procuramos entender
Dentre páginas e sermões
Faça o que fizer ou vier
Esses são os grilhões

Que abandonam a sobrevivência
Já que a fadiga é aquela que refresca
A dor da inevitável subserviência
Onde só a morte nos resta...

Seja ela fase, moléstia e solidão
Ou a junção de todos anseios
É na morte que o perdão
Se entrega a lindos devaneios

É na morte que é pura e casta
Que bebês se tornam homens
Que filhos se tornam maridos
E desprendemo-nos dessa vasta
Ilusão que persegue correntes
E enfronham temores e alaridos

A saudade é o freio do progresso
E o alimento paritário do espírito
E como ser um sábio de sucesso?
Quando se avizinha o terrível ofídico?

Como Foucault, elogio a loucura
Pois só ela detém a verdade dos fatos
Que teimam em surgir quando a brandura
Da hierarquia maquiavélica de falos
Nada auspiciosos que ousam tocar na erudita
Ignorância pia e marcante, digna e maldita

As favas com as tolices trigueiras!
A voz que se adianta sempre soube e pertence
Ao ouro dos ricos, suor de reses faceiras
É malogro...a morte sempre vence
Quão inexorável a passagem do eterno
Fruto dessa humilde compaixão
Bastarda da inveja e do medo
Que sepulta incertezas do braço e do pão

É no apego a vida que ela se encerra
No abraço ao éter se faz fortuita
No apelo das cinzas é suja e hiberna
E nos laços ausentes é morna crista de gruta

Essa última reluta o manto dos Deuses
Fadados a cripta do novo alvorecer
Fiando a roca de anjos nascentes
Fugidos, guerreiros, ao leito de morrer

A morte é justa e impiedosa
Como a pena que voou supra
Repete de forma ardilosa
Diminuto suspiro, leve e culta

E na curva do adeus
Com o estandarte da vitória
Rogo a ti senhor Deus
Em aliança monitória
De fulcros e esquifes falantes
Sejam agora como dantes
Consolando a luz de vossa face
Onde a morte sempre vence...


Leonardo Adam Poth, Spz.


Esse é meu caminho... (03-09-10)

O meu caminho é o de volta
Pois o de ida é efêmero, fugaz
Ainda que os rebentes da roda
Me fizessem olhar para traz

Essa trajetória é árdua
Um vai-e-vem infinito
Combate de punhal e espada
Abarcando sempre o alarido

Condizentes nas margens rubras
No azul trigueiro já desbotado
Que clama o delírio das ruas
Desse amor que nunca está acabado

Que é ímpar, salutar
Em alvas asas de arroubos
Meu caminho...vou lutar
Mesmo que insano aos sopros...

Spz, Por Leonardo Adam Poth

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Poesias Agosto

Um minuto (17-08-10) Livre.

Só mais um minuto
É o tempo que peço
Para refletir a vida
De ontem e de hoje.

É o tempo necessário
Ao despertar da aurora
Aos sábios austeros
Que fingem esquecer
A nova sinfonia que tarda
No frigido alvorecer

Só mais um instante
O altíssimo irá conceder
É o tempo de uma lágrima
Ou de uma saudade
Quiçá todas juntas
Em borbulhas e espasmos
Livres da tortura
E do capital

Onde sinto que a vida
É mais que um sentido comum
É maior que o sentido de tato
É o “lato” do sangue que reina
No desespero de amar
A léguas e séculos
Transcendendo os ventos
Que teimam em soprar
A todo instante...

Que refrigério é este último minuto
Nem sei se é ultimo
Mas é como se fosse
Na intensidade
Minúscula que rege
A brisa que foge
Às têmporas racionais...

É tão pleno esse momento
Oração fervorosa
Dentre entes dementes
Que em seu significado
Deploram detalhes
E exaltam riquezas
Das terras de acolá

É um mar de incertezas
Que ronda esse rico saber
E explora as vontade
De ricas beldades
Contidas apenas
Neste último minuto
De saudades...

Canarana-MT.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Perfil em FLICKr e FACEBOOK!!



http://www.flickr.com/photos/leonardoadam/
http://www.facebook.com/?ref=home#!/profile.php?id=100001369104419

terça-feira, 20 de julho de 2010



Postgrados de la Universidad Autónoma de Asunción.

Link de Localização:

Exibir mapa ampliado

Homenagem a Jair Kobe

Agora nesse finalzinho de Julho, neste frio do hemisfério sul, vamos relembrar e aplaudir o moderno e revolucionário humorista gaúcho Jair, o nosso Guri de Uruguaiana, com sua tradição renovada e irreverência salutar. Seus vídeos são únicos e seguem links de post no You Tube, dos mais divertidos. Abraços!

http://www.youtube.com/watch?v=d1ZpUVxP8JE
http://www.youtube.com/watch?v=9l6lExsh7Nw
http://www.youtube.com/watch?v=Q4S8eL8F1Ok

E ele tem que ser gremista!!!


ASUNCIÓN, PY


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Poesias Junho

Tão pequenina 2

Um grande homem não se vai
Assim, tão de repente
Simplesmente se renova, renasce
De um ser celestial que nunca se esvai

Daquele que se diz carne,
Contudo nunca o foi
Ou na concepção de “homem”
Paz, espírito e graça

É a esperança que me move
Ao enxugar das lágrimas
Que teimam em crer
Que o novo incorpora o velho
Cheio de delírios que produzem máximas
E relutam...ao som do alvorescer

Na verdade redundam o já sabido
Que ele está aqui entre nós
E como é gracioso teu olhar meu querido
Bem vindo... pois agora somos dez.

Família POTH: Vivos (Dez, por ordem de nascimento. Nome de nascido ou de casamento)
Edith Poth Soares, 1927
Ernani Poth, 1954
Denise Poth Duarte, 1960
Elizabeth Macedo Poth, 1960
Leonardo Adam Poth, 1982
Elise Macedo Poth, 1988
Danieli Poth Duarte, 1989
Pedro Thales Poth, 1992
Debora Poth Duarte, 1992
Davi Adam Poth Silva, 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

DAVI ADAM POTH SILVA

Garça Branca de Castro

Eu sou a garça branca que vive só
A beira do rio contemplando a fuga
Da escuridão profunda, o pó
Que redunda ao caminho da gruta

Sou assim aquele pássaro perdigueiro
Que em riso manhoso desdenha
Os passos trigueiros do homem faceiro
Que cintila os olhos a mirar a fogueira

Aquele colibri triste das águas
Que não entende o choro das mulatas
Batendo a roupa suada e anáguas
De suas sinhás que impunham chibatas

E as lindas donzelas em vestido de festa
Valsando no salão, urrando as entranhas
Soando barbáries a noite da orquestra
Que em sã consciência são todas estranhas...

Que foram elas naquelas mãos veementes?
De crias diversas, bonecas e varões
Fruto do pé de fruto rubro e pais ausentes
E do jugo monarca, centelhas de grilhões

Foi a febre terçã o estopim funesto
Que viu da morte ressurgir a liberdade
Da mão negra que encilha o cabresto
E sombras alvas que não inspiram saudade...

Suspira o baronato em finas sedas e delicados cristais
Geme a negrada de alma levada no seu crepitar
E os brancos malacafentos imperam os avais
Dos pardais que piam pequeno e temem chorar

O agouro dos pobres é o delírio do café
É o semblante doloroso de mães desesperadas
Que voam de encontro ao ventre de sapé
E adentra o sabiá nas salas abarrotadas

De gente farta que espera a morte chegar
Lentamente, mesmo ao som das polcas tristes
Que vagam no horizonte de súplica salutar
E invocam multidões que em tempo esquecestes

E que partiu em vão na marcha da noite
Presa ao chão, a ferros e açoite
Mesmo assim eu sou a garça branca
Que plana, às benesses de meu Deus, insana
Neste caminho funesto e ateu
Onde só o andarilho ignorante contempla
Pois aquela ave ao longe sou eu.

LAP, iniciada em abril, concluída em 26-05-10.

DAVI ADAM POTH SILVA, BEM VINDO...BIENVENIDO

sexta-feira, 23 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Crônicas e Homenagens... Abril

Aprendi

Após meses e meses, algumas delas ainda não aprendi. Mas ao relê-la percebo que a evolução do ser depende de seu estado de espírito, onde as dificuldades tem o papel de nutrir os mais infames pensamentos, melhorar a realidade e evoluir espiritualmente...
Nem sempre somos otimistas ou espantamos a melancolia a bel-prazer, todavia o render graças é a principal lição que aprendi.
Aprendi a ser ingênuo, pois só assim a imunda racionalidade me deixou entender o amor.
Aprendi a ser silencioso, pois é no vácuo do tempo que consigo ouvir apenas tuas palavras.
Aprendi que a prova dos sentimentos não são dadas por palavras, mas por um simples olhar.
Aprendi que o perfume de uma flor é mais doce quando assim queremos que o seja.
Aprendi a amar sem limites e me perder em todas as estradas...
Aprendi que Deus é piedoso e respeita meus sentimentos.
Aprendi a ser mais forte nas dificuldades que não dependem de mim, sem perder a fragilidade d´alma.
Aprendi a escrever como antes, entregando-me a nobreza da liberdade de pensamento.
Aprendi a ser criança, em um mundo sem dor, sem violência e sem rancores...
Aprendi que a saudade não é passageira, mas suas marcas são favoráveis.
Aprendi a valorizar-me mesmo sozinho, e estar bem sabendo que o outro está...
Aprendi a ser infame, para os perigos atrozes afastar.
Aprendi o significado de muitas palavras e de poucos gestos.
Aprendi que a sofreguidão capitalista abala os corações mais severos e mais tolos.
Aprendi que a lamúria de meus dias não passa dessa gratidão infinita...
Não aprendi ainda a ser forte para encarar todos esses aprendizados, nem aprendi a compreensão mútua que devemos ter na busca dos entes queridos que nos deixaram.
Mas uma coisa é certa... aprendi a ser fiel a mim mesmo quando aquela gramínea esteve abaixo de meus pés, e a decisão de viver e honrar partir daquele instante.
O restante vou aprender...um dia vou...
11-04-10, Sapezal.


Ah! Cuiabá... (07-04-10)

Quantos de nós seguramos tuas mãos Cuiabá
Com tua graça e teu charme secular nos fez ficar
De tão longínquas terras regaremos teu passado
E abrilhantaremos o revés de teu presente faceiro
Que neste berço acolhedor cinge a pureza de Calcutá
E tuas mulatas faceiras, seus vestidos a girar
Ao romantismo do cocho que bate ao som do luar

É um som profundo que invade permeando o peito
Logra aos pés, entorpecendo o ser, de braços abertos
Sei lá! É difícil descrever... o afago acarinha aquele
Que palpita serelepe pelas avenidas do Coxipó
Sob o constante olhar de São Benedito, lá do alto
Viu esta vila ceder espaço a nossa capital, fino eito
Banhado pelo teu rio de lágrimas, que jamais será pó

E mais uma vez o oito de abril lá do século dezoito
É lembrado por nós que amanhecemos e repousamos
Em teu colo... fruto da ingratidão... mesmo assim aprendi
A te admirar Cuiabá.

Lá de baixo vem a dor que arrebata parte do meu ser
E é esta parte que cabe a ti, sinto agora, aqui nasci
Ao som do siriri, ao sabor do pequi, não importa, somos
Todos teus mãe amada, sou particularmente
Parte dessa história secular.

Duzentos e noventa e um anos, que alegria!
Forte e alta como um frondoso jequitibá
Este é o alto preço que pago por essas declarações
Que queira Deus não gere ciúmes e exaltações
Mas é o preço que vale, de toda galhardia
Por te amar Cuiabá...

Homenagem ao aniversário da capital de Mato Grosso em 08-4-2010.

sábado, 6 de março de 2010

Poesias de Março

Rumo a Porto Alegre (18-03-2010), Livre

Para cada minuto de nossas vidas vadias
Resta aqui o tumulto aventureiro que quero
Apurar pelas estradas, com o vento tão fresco
Que vai se aproximando a cada metro do sul
Pelo resto, pela alma, avançando os dias
Em cada parada, cada sorriso franco que espero
Contemplar na paisagem de saída a rica
Erva do cerrado, filha do santo e sagrado
Vila Real do bom senhor de Cuyabá
Que há de ser a inspiração até Cabul
Se assim preciso for nossa jornada

Meu destino é Porto Alegre
Mãe de todas as raças e brasões
Passo agora Rondonópolis, a tenra
Da planície em Mato Grosso, mas já é hora
Preciso abastecer pois sem o físico não se chega
Ao sonho de comigo levar aqueles que amo
E precisam conhecer essa chama ainda acesa
Que brilha em mim, mais branda e natural que dantes
E que flamejam contagiando os perigos desses caminhos
Tortuosos, rancorosos, amorosos...não sei mais
Só sei que me conduzem a este lugar, instintivamente
E assim perpetuará a cada passo e a cada curva...

Estamos em Coxim, abaixo da província que um dia
Foi unida na imensidão desse estado de oportunidades
Mais tarde São Gabriel vai sorrindo e derramando
Todo o pó que fica para trás...como nossos pensamentos
Que só pensam na terra prometida até que nos chega
A formosa capital provinciana para alegrar a festa
Campo Grande é assim, heróica em todos os momentos
Formando todos os contornos que nos levam enfim
Dourados como o ouro, que sempre inebria a fronte

Já tão cansados Novo Mundo se apresenta agora
Às margens do grande Paraná que abraça e recebe
As águas mais límpidas e temerosas da travessia tenaz
Ansiedade que consome, o ar é outro, é voraz

A dinâmica do carro que já marca tantas voltas
Do ponteiro desesperado que mal pode esperar
Por Cascavel, sem veneno, sem maldade, a espiar
Ou Toledo não deixa mentir, não temos orlas a banhar
Na humildade dos tapetes deslizamos e deliramos
Por Cândido Rondon que agora nos guia mundo afora
Até o Oásis de Francisco Beltrão, em seu solene e pouco
Impactante barracão, tríplice fronteira, onde linda e derradeira

Apresenta Santa Catarina, maravilha de Dionísio!
São Miguel do oeste me apetece meu corpo nu
Que mais parece frangalhos e nem descansou
Junto aos meus, vamos nutrir aquele que não é perene
Mas nos vai servir de agrado e propulsão ao inebriante santo solo
Que se aproxima sorrateiro, moleque, austero dualista
No punho do som misterioso de violinos chorosos que anunciam
Três cores a vista! Os farroupilhas voltaram!É o pavilhão que agora
Tremula firme sob o céu da terra que tudo cresce... O Rio Grande vem aí!
Iraí desço do tílburi neste momento... E ao santo pai agradeço pois teu solo
Piso agora, com amor e devoção, Frederico Westhphalen é o destino
Onde o sol está nascendo timidamente como o ressurgir de minh´alma
Que exulta de alegria ao girar as rodas até Sarandi
O coração palpitando devagarzinho, até o centro Carazinho
Que o prazer da grande máquina alada jamais irá proporcionar
Pois assim vejo as flores, os sorrisos, as pastagens, as paragens
As cilíndricas formas da uva,do fumo, do milho em pasta
Que aviva como o amor em meu peito, lá está Lajeado
E nesta serra vamos ladeira abaixo no sentido leste
São Leopoldo e Novo Hamburgo são os saldos desta epopéia
Que já dura três dias... falta pouco pai... nem mesmo o maratonista
Grego tem o afã que sinto agora pelo teu semblante...passa Canoas
Tuas lembranças são tantas, teu vôo foi tão alto e ela se aproxima
Agora...já posso ver...meu Deus as lágrimas me dominam..é ele
O Porto dos meus amores...é ela a valsa querida pois sexo não tens
És homem, és mulher, és riqueza, és imponente Porto Alegre
Orgulho dessa gente, o orvalho é brinde, o tilintar das taças
Sob o frio que agora faz que por loucuras inexplicáveis aquecem
Pois daqui farei a festa...o litoral...Imbé, Tramandaí, Torres que tal?
Ou a agitada calmaria da serra, Gramado, São Francisco, Canela?
Não sei pai, só sei que quero estar junto a ti
E que os meus se sintam em casa, e assim será
Já que o tempo é curto e tenho todo o caminho de volta
É célere eu sei...tu voltarás...calo-me...em breve
Oro agora...e nada mais.

LAP


Áurea (18-03-2010)

Aqueles braços negros
Que o Brasil de Pedro II
Fez calejar
Malogros
Da pompa imperial
Que ao maltratar
Altiva-se
Sob as sombras
Das madeixas confusas
O mesmo punho tão forte
Que serve o café torrado
Da pilhéria e da audácia
Humana

Na bonança
Da corte
A cólera iminente
Que tantos sufrágios
Causou à tua plebe
Na forma de ironias
Sabotantes e golpistas
Ou daqueles que pediam
A morte
A saciar agonias
Nada altruístas
E que nos fachos azuis
De sonhos carentes
Da bondade do pai
Ao mínimo laço de fita
Amarelos e azuis não importam
A mirar a criancice
Daqueles olhos que arrebatam

Sois príncipe do amor bastardo
Que até aqui trouxeste
Já tão atabalhoado
E regalaram todas as angustias
Que outrora dissestes

Em tamanha balburdia

O amor veste grená
A amizade escarlate
A ternura caro vinho
E paixões quiçá...

Pelo lilás das faces
Mais rubras que
O sangue que poupaste
A prova
De finos talhes
E garboso fraque
Sisudo atrás dos bigodes
Que escondem a solidão
A corja,
E o recomeçar...

Apiacás-MT


As bodas são assim... (05-03-2010)

O tempo passa
Implacável
Inexorável
Só não mais
Que aquele que
Trespassa
No calor de
Cada olhar
Na doçura desses
Toques
De loucuras
Avivar

Somos agora
De açúcar
Na doçura
Saltitante
Que inunda o
Pavilhão do firmamento
São seis os
Nossos “vivas!”
De glória
Salutar
Não como
Outrora
Mas no olfato
De tulipas
festejar

Enfim
As bodas são assim
São águas claras
E profundas
Nos prantos
De seios morenos
Que desnudam
A translucidez
Ao longo dos tempos
Ares e ventos
Infames
Mundanos e profanos
Do amor
Mais puro que existe
Que não se faz
De ouro nem prata
Mas da força
Da chibata
Do suor do
Corpo ardente...
No presente que
Se faz perene
Incólume furor
Dos ares do oeste
Que brilham
Cintilam e rutilam
A farsa
A imensa ilusão
De esperar por ti
Nas noites de solidão...

Como é rico
E prolixo
O perfume
De cada gesto
Das veias e ventos
Delirantes
De pleno costume
Do nosso
Progresso
Que é visto e notado
E de parco
Alarido.

É por isso que o gypso
É a pedra cortesã
Que roga aos
Seres celestes
Abençoem
Este amor
Zela e resguarda
Sem fleuma
E bravata
A certeza
Do amanhã...


Em seis estrofes...(2004-2010), LAP

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Crônica Fevereiro

A terceira carta

EDGAR ADÃO POTH

Pai,
Esta é a terceira vez que te escrevo....mas já não tenho palavras...a voz abrandou. Que essa crônica seja o calcário do meu solo, a luz da minha nova face, resplandecida por aquilo que aprendi para superar o insuperável...Que o anseio do meu pranto vá de encontro ao teu e que tua vida infra relatada seja o ânimo que tanto aguardo... Desculpe-me....e obrigado sempre...
Nasceu em Porto Alegre-RS, a 05 de Abril do ano de mil novecentos e vinte e quatro, filho de Adão Paulo Poth e Erna Christmann Poth, ele contador e bancário, ela, do lar. Teve uma criação tipicamente alemã, aprendendo o idioma ainda jovem, na casa dos avós onde só assim se falava. Essa se tornou sua marca, sua cultura durante toda a vida... Ainda muito jovem, desenvolveu a habilidade de desenhista e colaborava com as despesas de casa com seu oficio, sempre destinando metade de seus rendimentos para suas economias. Concluiu tão somente o equivalente hoje ao ensino fundamental, mas sua astúcia e perspicácia encantavam.
Casou-se aos vinte e oito anos com Dulce Cobre, que passou a se chamar Dulce Cobre Poth, seis anos mais moça. Adquiriu sua casa própria, fruto de suas economias e, dois anos mais tarde nasce o primogênito, Ernani Poth, em 1954, fruto daquele amor tão bonito. Seis anos mais tarde, em 1960, nasce a segunda e última peça da prole, Denise Poth. Deu uma educação rigorosa aos filhos, mas sempre muito responsável e ensinando principalmente como administrar as finanças, pelo exemplo que foi.
Anos mais tarde, resolve continuar no ramo, investindo em sua própria empresa de publicidade. Em parceria com seu pai, constroem o prédio próprio da Edapo Propaganda, que mais tarde se chamaria EAP Propaganda Ltda, suas iniciais. Perde seu pai em 1972. Em 1986 afasta-se das atividades da empresa para o merecido descanso, quando constrói sua casa no litoral norte gaúcho no município de Imbé, a qual sua esposa tanto desejava, decorado em motivos sulistas, pela paixão ao Rio Grande do Sul que sempre sustentou. Por fatalidade do destino, Dulce, ainda jovem aos 58 anos, deixa o mundo carnal em outubro de 1988, vítima de cirrose hepática, mal conhecendo a segunda neta, nascida 98 dias antes.
Viúvo aos 64 anos, após trinta e seis anos de amor, a solidão o avassalou. Somente em 1991, aos 67, conhece Eunice Fortes Mór e se casa novamente. Foi um amor tantas vezes conturbado, porém revigorante e translúcido. Fez várias viagens a Fortaleza no Ceará onde residia a filha de sua nova esposa. Sempre desenvolvendo o dom da pintura teve uma fase fértil nos anos 90, criando belas telas da serra gaúcha dentre outros motivos praianos ou gauchescos. Tinha imenso gosto pela arte da dança e nela divertia-se sempre como jovens, ao lado da esposa. Perde a mãe no ano de 1996.
Essa alegria foi contida em fevereiro de 2005, quando derrotada por um câncer de pâncreas, Eunice parte para o plano espiritual. Essa solidão o acompanhou até o fim de seus dias...
De hábitos atléticos e alimentação controlada, sempre elegante, exímio velejador, tentou seguir a vida com a mesma disposição de sempre. Mesmo aos 84 anos de idade, no verão de 2009, esbanjava energia banhando-se ao mar e dirigindo normalmente. Desenvolveu em função da idade uma pequena perda auditiva, mas que tratava com bom humor.
Já a muito lamentava a imensa saudade das mulheres que tanto amou e que o deixaram, em especial sua mãe. Sozinho, na casa que viveu por 57 anos, foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) na manhã do dia 09 de julho do ano do senhor de dois mil e nove, no rigor do inverno gaúcho. Mesmo socorrido por seus filhos, o brilho se fez pó e alçou o contraponto da sublimidade... deixa o corpo carnal na cidade de Canoas-RS, na noite do mesmo fatídico dia nove, aos 85 anos, 3 meses e 4 dias, de uma vida plena de conquistas, independência e profissionalismo, deixando os dois filhos, uma irmã e cinco netos.
Viveu de uma maneira muito peculiar, própria de sua personalidade forte e marcante. Não chegou a conhecer sua tão sonhada Alemanha...Deus quis assim...Quanta falta fazem teus conselhos...mesmo em tua voz tantas vezes repreensiva, a qual tanto me orientei. Parabéns sempre por tudo que conquistastes, pela memória imaculada que trataremos de honrar para sempre, tu és meu herói, tu és único, insubstituível...
Descanse meu velho, que o celestial está contigo...
Beijos serenos e saudosos.......Leonardo A.Poth, 20-02-10 (Breve relato biográfico)
V.B.S.T

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Poesias 2010

Vamos iniciar bem com uma das mais belas telas literárias de Neruda, é uma maravilha...

QUEDA PROHIBIDO !

Queda prohibido llorar sin aprender,

levantarte un día sin saber que hacer,

tener miedo a tus recuerdos.

Queda prohibido no sonreír a los problemas,

no luchar por lo que quieres,

abandonarlo todo por miedo,

no convertir en realidad tus sueños.

Queda prohibido no demostrar tu amor,

hacer que alguien pague tus deudas y el mal humor.

Queda prohibido dejar a tus amigos,

no intentar comprender lo que vivieron juntos,

llamarles solo cuando los necesitas.

Queda prohibido no ser tú ante la gente,

fingir ante las personas que no te importan,

hacerte el gracioso con tal de que te recuerden,

olvidar a toda la gente que te quiere.

Queda prohibido no hacer las cosas por ti mismo,

tener miedo a la vida y a sus compromisos,

no vivir cada día como si fuera un ultimo suspiro.

Queda prohibido echar a alguien de menos sin

alegrarte, olvidar sus ojos, su risa,

todo porque sus caminos han dejado de abrazarse,

olvidar su pasado y pagarlo con su presente.

Queda prohibido no intentar comprender a las personas,

pensar que sus vidas valen mas que la tuya,

no saber que cada uno tiene su camino y su dicha.

Queda prohibido no crear tu historia,

no tener un momento para la gente que te necesita,

no comprender que lo que la vida te da, también te lo quita.

Queda prohibido no buscar tu felicidad,

no vivir tu vida con una actitud positiva,

no pensar en que podemos ser mejores,

no sentir que sin ti este mundo no sería igual.

Atribuido a Pablo Neruda, aunque esto es cada vez más incierto...