segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Poesias Novembro
((28-08-2010, Imbé-RS))
Mais um dia (12-11-10)
Mamma, Mia!
Mais um dia
Com este sol
Que irradia
Vamos logo a
Estripulia
Que preguiça
Tão vadia
Neste rol
De melacolia
Faz a vida doentia
Nefasta
De mão vazia...
Sigo agora
A padaria
Um pão doce
Eu comeria
Sob o sol
Latente e belo
Ou sobre a lua espero
Desfrutar do firmamento
E esquecer esse tormento
A nuvem se forma
Cheia
E na luta quem peleia
Nas pernas
Sebo maneia
E na sombra
Da pereira
Deleitar úmido fruto
Que derruba e segue
Bruto
Parte ao meio
Afasta o luto
Viste a água
Não chegou
Mas meu peito
Molhou
Do suor
A cabeça debruçou
Pois a fria
Terra pia
Foi-se embora
E desdenhou...
Esperança (08-11-10)
Ela me fez abrir os olhos
Quando o crepúsculo era certo
Dentre querubins dourados
O passo alaranjado estava perto...
Como criança os sinos do céu
Vou ouvir em franco sorriso
E do meu jeito ater-me ao léu
N´um beijo adocicado no caminho
Eu sou o ganso calmo na lagoa
Que desnuda em valsa ébria
O plácido olhar que perdoa
A malta que aflige a pátria
E nessa água fria, penas impermeáveis
Não adentram sequer esperanças
Do calor maternal de temperança
E dias sombrios insuperáveis
Fez-me rir por muitos anos
Nos grãos um a um pelo chão
E a pseudo evasiva dos planos
Me dá um minuto solidão
Pois aquele patinho pequeno
Que desliza manso chafariz
Hoje é vão, é brinquedo
Daquele que pode ser ainda
Meu último dia feliz...
Mas as cuias e verdes ficaram
Solitos, sinceros, em ventos perdidos
Entre lábios prateados assolaram
Aqueles que restaram, malditos feridos
Que gozam frios em patentes
Perdidos, caídos, dementes...
Que lindo pano vermelho
Com escusas pelo que fez um dia
Pois na sombra do horizonte
Já me sinto tão distante
Da velhice que o fez frágil
Do rubor que o fez pleno
Do remorso que me fez tardio...
L.A.P, Comodoro
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