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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Artigo

O Conflito das Gerações

por Leonardo Adam Poth**
Várzea Grande - MT





Aventuro-me no universo incrível das letras formais. Sem a continuidade das letras cabalísticas e socráticas do verso. Relatar ou descrever sentimentos faz-se deveras simplificado frente ao mesmo trabalho no espelho da realidade.
O termo geração tem por sí só o sentido etimológico de genealogia, gênese, história. Para o exemplo milenar de Noé, houveram dez gerações entre ele e Abraão. Tudo isso para demonstrar a clemência de Deus frente a sua hierarquia. Nos faz crer, penetrando em nossa origem latina, a relação que possuem as gerações em consonancia com a formação da família, da sociedade, da ordem social constituída. A bíblia cita as gerações perversas, aquelas que construíram o contraponto dessa ordem. Veja que a todo momento nessa composição nos acercamos das ditas “contradições explicáveis”. Ao expandir a ideia de gerações para a formação social, cremos no sentido heterogêneo da mesma, onde a formação da base pouco influenciaria. Seria necessário então, um conceito conciso, todavia, não se pode ser homogêneo da própria heterogeneidade. Ou até melhor referindo, na plurigeneidade de nossas gerações atuais. Acabamos na ideia clarividente de gerações pós-modernistas composta de diferentes raças, credos, floreios e requintes das novas necessidades advindas. Racionalmente a sociedade mundial que hoje conhecemos tem sua origem fundamentada no continente Africano, onde a partir dos êxodos e diásporas através do séculos, adaptaram-se ao modo de vida em conformidade com fatores climáticos, de alimentação, reprodução e moradia.
Não iremos nos ater a formação da humanidade neste seio, contudo há de ser responsável citar nossa hereditariedade. Ela é viva, presente. Somos o desvio incerto da fenomenologia de nossos pais, do que aprenderam e nos transmitiram. Não obstante, somos eternos aprendizes no que os sábios antigos nos alertavam, da “escola da vida”, da simbiose e do escambo latitudinal de culturas. Entenda-se claramente por cultura não o nível acadêmico ou fluência de idiomas, mas o conjunto dessas aprendizagens informais que designam caráter, valores, paixões, patriotismo ou não, busca pela identidade ou não, dentre outros fatores. Estamos depostos perante a miscelania dessas culturas, todas em mesmo patamar de importância, pelas regras de convivência que nós mesmos estabelecemos.
Não podemos negligenciar que toda sociedade depende de liderança de governo para sua auto-sustentação. A dita evolução da tecnologia tem feitos bruscas mudanças comportamentais em nossos hábitos mais triviais, a começar, por exemplo, já que assim iniciamos, pela geração de Herodes e Pilatos, contemporaneos de Cristo, com toda a tutela geográfica que compunha. Pudera que as condições não fossem favoráveis a formação de novas crenças, referimos a um império absolutista e teísta, onde os sumos sacerdotes e o corpo clerical influenciariam diretamente o comportamento. O que se altera para os dias de hoje? A forma com que somos conduzidos. Nossa influencia religiosa é perene, todavia o poder que o capitalismo impõe é tão imperialista quanto, em todas as direções. Rogamos a Deus que nos presenteasse com a república e obtivemos a abolição da escravatura com a opressão ainda maior dos menos abastados. As famílias eram ponto de perpetuação da espécie, e a máxima de Lavoisier, onde tudo se transforma, não parecia tão prepotente. Aliás, prepotente seria crer que o câmbio social fosse tamanho, como um grande quebra-cabeças, dividindo o problema como descartes, ou descrendo nos antigos insanos filósofos, como Nietzsche. Convenhamos que nosso senso crítico apurado, que só depende de fontes seguras de educação e direcionamento, não ortodoxos, mas indicativos, poderia manter-nos em patamar de evolução lenta e gradual, tão mais favorável do que os percalços da alienação a beira da loucura. Sofremos influencia das gerações migrativas e imigrativas européias e asiáticas. Sofremos influencia da guerra. Influencia dos civis desdenhosos, já que até aqueles que estão a margem da sociedade além de gerarem custos, gera anseios que a própria sociedade pena em arrumar.
Avancemos no tempo. Do tempo das cartolas, bengalas e sedosos “long-plays” a meados do década de 50, no Brasil. A era Vargas revolucionou as relações trabalhistas. A ditadura que tinha a alcunha da sensura na palma das mãos, avassalava a plebe e afinava a revolucionária e permissiva mais-valia de Marx. As relações econômicas fechadas, infra-suficientes. O surgimento do veículo televisivo, onde a informação, que não é conhecimento, passou a fazer parte das residências. Até certo ponto prevalece, na ação, a condição paradigmática de "olhar para o futuro" dessa época. Agora vejamos. Não menos informados estávamos na era do rádio, nem menos amor ao país tínhamos, pelo contrário, a cívica era latente. Sem verbetes e lampejos de aforismos, tampouco de apologia aos costumes, a geração préinformatizada cavalgava de pompas e escondia as intenções. Apresentava e não dizia a que vinha. Menina usava saia, rapaz usava calça. Digo rapaz, não ambos. Cada fio de cabelo valia uma palavra, um escrito. E a audácia não deixou de alinhavar. Com a igualdade dos direitos femininos e dos jovens, a geração da década de 70 resplandeceu ainda mais em brilhos e serpentinas. A cara da modernidade deu ares a exageros de face e de tecidos, de cores e nostalgias, a sociedade alternativa de Seixas, e a Lei do divórcio. As prisões domiciliares não eram mais justas, nem infundadas, as aparencias vividas eram menos frias então. Os segredos de sua natureza permaneciam guardados. A necessidade da aparencia constante remete ao que devemos ser, não ao que queremos ser, todavia não é surpresa. Aplaudimos a voz, o chute, e renegamos o giz. Unanimidades burras e maiorias infundadas dão luz aos direitos pouco amplos de outrora, vencem a batalha dos santos e das gerações que vivem apenas o hoje, não pautadas ou referenciadas, mas calçadas em matizes fortes de moral e pseudo pudores.
Peneirando a geração discoteca dos anos 80 e a neo-libertária dos anos 90, a beira do novo tempo, vemos pontos em comum. Esta natureza supra citada ficava mais evidente. O surgimento do HIV, das diretas, da rede mundial, da telefonia móvel, tornaram-se cotidiano. Com isso é inegável afirmar que as relações humnas ditas aproximadas pela tecnologia, tornaram-se escussas a sua própria realidade. Finalmente nos anos dois mil as distancias nos pareciam presenças, as teclas nos parecem beijos e amores e os passeios ao ar livre nos parecem a sombra de um vídeo, de uma conversa instantânea, de um retrato revelado. Em que isso conflita as gerações como sugerido? Conflita seu próprio conceito. Voltamos a estaca de homogeneizados. Cada vez mais parecer-se igual tornou-se regra. Uns com os outros. O surgimento da geração de depressivos, obesos e temerários não é casualidade. O consequente surgimento de tribos caricaturais exprimiram os desejos insanos de racionalizar a bomba tecnológica que nos apoderou. Temos a informação e não temos a razão. Temos o barco e não temos a água. Temos inteligência para reproduzir, dificilmente para criar. Nos remete a uma geração desconectada das outras, por mais paradoxal que pareça ser, tudo isso desorientada pela tradição antropológica de Comte. Contraditoriamente, todos os nichos sociais criados, podem sim serem capazes de devolver, principalmente à juventude, não somente os valores coletivos como também apoiar seu livre arbítrio consciente. Falamos de consciência ambiental, responsabilidade fiscal, solidariedade. O homem se volta a consertar os erros por ele cometidos, e produz acertos de modo a sensibilizar o próximo e de modo a criar a auto-redenção. Temos consciência coletiva mas cada vez menos individual.
As necessidades humanas são consideradas pelos estudiosos como sendo limitadas. De fato essas necessidades vem evoluindo com a sociedade e muito do que antes era superfluo hoje parece ser fundamental para a vida das pessoas. É a dita geração coca-cola. Se as primeiras necessidades da humanidade estavam centradas na busca do alimento e na proteção da agressividade do clima e dos predadores, hoje mudou bastante. O advento da produção em massa possibilitou e ao mesm tempo exigiu, para sua continuidade, a formação de um mercado consumidor capaz de absorver a produção crescente de serviços e produção crescente de serviços e produtos que eram totalmente desnecessarios a sobrevivencia biológica das pessoas.
Oliveira, Paulo André. Professor de Economia da FMR.
Com o constante crescimento das redes sociais, fulguramos o autêntico “networking” retratado nos bancos acadêmicos, ou seja, se os usuários persistirem na seleção dos conteúdos, no equilíbrio das técnicas e do grau de importancia que dão a essa comunicação, passaremos de aprendizes a mestres de uma verdadeira globalização organizada, onde exploraremos melhor nossas vocações e angústias. Todavia, se imaginávamos na década de 80 que a partir do vindouro e promissor ano 2000 as famílias teriam mais tempo para si, mais contato humano com a facilidade da tecnologia, vemos hoje que não se figurou o esperado. O retratado no longa “Os deuses devem estar loucos”, produção da época acima referida, onde um aborígene de Botsuana, na África Meridional, passa a exercer influencia nos ânimos da correria do dia a dia das grandes cidades, contrastando com a vida tribal completamente anônima em um espaço territorial razoavelmente pequeno.
Não é possível afirmar que a sociedade mundial encontrará seu ponto de apoio ou convergência. Possuímos assombrosas diferenças etárias (físicas e psicológicas), terríveis diretrizes para direcionar o entrelaçamento das gerações. Nos salva a perseverança, e todos os bens metafísicos que subconscientemente transpassaremos.
As críticas sociais internas nos remeteram ao alfloramento ou encorajamento do novo conceito familiar, das novas relações amorosas. Bobagem, nada disso é novo. Apenas apresentado, tolerado, revisado sem delongas. É célere ressaltar que nossa saudade já não é tanta, pelo menos não em distância, nosso pesar já não é tanto, pelo menos na criação dos filhos, nossos prazeres talvez menos intensos, mas múltiplos, exaustivos. A linha tênue que divide nossa dualidade entre o bem e o mal, ou até acima do bem e do mal, entre o certo e o errado, entre o fútil e o necessário, entre o virtual e o real, entre o amor e a dor. Tudo em via de mão dupla, tudo num piscar de olhos. Tudo na combinação de oito bits.
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